Por Jana Lauxen.
.No dicionário, um dos muitos significados da palavra CRÔNICO é INCURÁVEL.
E se literatura fosse doença,
acreditem: seria, sim, uma moléstia sem cura.
No entanto, deste mal ninguém parece
querer se salvar.
Pelo menos não os autores que
compõe esta coletânea, e que fazem do ato aparentemente corriqueiro de escrever
seu escape, seu escoamento emocional e opinativo que, além de amenizar os
efeitos abrasadores que a literatura pode causar em um literato crônico, também
oportuniza que muitos leitores deliciem-se e, mais do que isso, se identifiquem
com o jeito singular com que um cronista vê determinada situação - geralmente trivial
para a maioria de nós.
Muitos destes autores, você, caro
leitor, talvez ainda não conheça.
São escritores que, por enquanto,
vivem nas margens dos grandes eventos de literatura, e os quais você tampouco irá
encontrar nas páginas dos principais veículos de comunicação deste país chamado
Brasil.
Mas, veja bem: eu disse AINDA; eu
disse POR ENQUANTO.
Pois, sendo uma das organizadoras
deste compêndio da nova literatura brasileira, posso afirmar com convicção que,
em breve, eles estarão brilhando em uma livraria ou em uma estante bem perto de
você.
Convido-o, então, a embarcar
nesta excursão, que o levará a conhecer os recônditos da mente e da maneira de ver
e perceber a vida – e tudo o que vem dentro dela – destes 24 jovens escritores
brasileiros, cronistas de mão cheia que não apenas devem, como merecem ser
lidos por todos aqueles que, assim como nós, sofrem desta enfermidade feliz e
docemente incurável que é a literatura, com todas as suas nuances, vielas,
becos e ruas sem fim.
Que a cura desta doença crônica
jamais seja encontrada.
Amém.